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Geologia e financiamento no setor mineral fecham MINERA GO

Palestrantes trouxeram um panorama sobre as perspectivas para Goiás

Kharen Stecca

Duas palestras fecharam o evento MINERA GO no dia 13 de dezembro. O Gerente de Geologia e Recursos Minerais pelo Serviço Geológico do Brasil e Presidente da Associação de Geólogos de Goiás (AGEGO), Jônatas de Sales Macedo Carneiro que falou sobre Geologia de Goiás e seu potencial para Minerais Críticos e Estratégicos e Frederico Bedran Oliveira, Presidente da Comissão de Direito Minerário da OAB-DF que falou sobre fontes de financiamento para o setor mineral.

Jônatas de Sales Macedo explicou que o Brasil só definiu o que eram minerais críticos em 2021. Eles são divididos em três categorias: os elementos vitais da economia, como enxofre, fosfato, potássio e molibdênio; os elementos de aplicação na alta tecnologia como cobalto, cobre, nióbio e níquel, titânio; e bens minerais nos quais o Brasil tem vantagem competitiva aluminio, cobre, ferro, grafita, ouro, manganês, nióbio e urânio. 

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Presidente da Associação de Geólogos de Goiás (AGEGO), Jônatas de Sales Macedo Carneiro (Fotos: Luminismo e Luna Apóstolo)

 

Segundo ele, para entender a questão estratégica dos minerais é preciso entender o crescimento econômico, da população, entre outros fatores. Como exemplo ele ressaltou o crescimento da população goiana que hoje é de 7 milhões de residentes. A projeção de crescimento de 2 milhões de pessoas a mais até 2060. Isso requer crescimento de demanda de minerais, seja na agricultura, seja na construção civil entre outros. A demanda de fosfato e potássio por exemplo, que é importante na agricultura cresce com o crescimento populacional. 

Outra questão que afeta diretamente o setor mineral é a transição energética. Ele explica que a energia pode ser gerada de várias formas, como a partir da água, dos ventos, do sol, de plantas. Ele ressaltou que a transição energética já começou, o COP 28 já decidiu abandonar combustíveis fósseis. Produção de materiais para essa transição vão exigir minerais, em especial na produção de baterias. Segundo ele, a produção de baterias é o grande trunfo dessa transição, pois a energia precisa ser armazenada para gerar a mesma segurança que os combustíveis fósseis.

Ele explica que o Brasil tem potencial de crescimento da exploração mineral, mas ainda tem recebido poucos recursos de exploração. Outra questão é a melhoria dos levantamentos geoquímicos em Goiás para reconhecer o potencial do estado.

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Frederico Bedran Oliveira, Presidente da Comissão de Direito Minerário da OAB-DF

 

Mineração e fomento

Frederico Bedran Oliveira, Presidente da Comissão de Direito Minerário da OAB-DF falou sobre fontes de financiamento para o setor mineral e explicou que o primeiro passo é mostrar o potencial para o mercado financeiro e até mesmo a dinâmica da atividade mineral como a pesquisa, desenvolvimento, lavra e produção mineral e recuperação da área.

"O mercado desconhece como se dá o processo de descoberta mineral", explica Frederico. E, segundo ele, isso inclui não entender o risco de viabilidade desses projetos. Ele relatou as diferenças na indústria de mineração e outras indústrias: há um alto investimento, demanda mundial e regional e não só local, a localização é determinante e cada depósito mineral é único e exige tecnologias específicas. "São características diferentes de outras indústrias.

O mercado também tem uma visão afetada sobre os impactos ambientais, principalmente depois de acidentes como os de Mariana e Brumadinho. Isso traz uma imagem negativa para o setor e que isso precisa mudar", explicou.

Ele ressaltou que investimentos internacionais ainda são poucos no Brasil. Os financiamento vem de bancos privados, fundos, mercado de capitais, bancos públicos mas sempre no dilema risco x garantia. Segundo eles, houve avanços importantes como a CBRR - Câmara Brasileira de Recursos e Reservas, Resolução da ANM 94 de 2022 alinhada com códigos internacionais, Invest Mining focada em financiamento das atividades de mineração, entre outras.

Ele também falou sobre as iniciativas do BNDES que tem um olhar claro para os minerais da transição energética, olhando em especial para a etapa de pesquisa. Por fim, ele destaca algumas questões necessárias para a economia mineral: segurança jurídica, celeridade dos licenciamentos, melhora da cultura do mercado financeiro e bons projetos.

 Confira a gravação do evento

Apresentação Frederico Bedran

Apresentação Jônatas Macedo

Fonte: PERM

Categorias: Notícias

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