Visão colaborativa avança a mineração em Goiás

Ricardo Lima

No dia 13 de dezembro, em uma palestra realizada durante o MINERA GO, foi ressaltado o papel significativo do Sebrae na promoção da organização do setor de pequenos mineradores em Goiás. O Sebrae tem se empenhado em estruturar e aprimorar as habilidades dos pequenos produtores nas regiões de Pirenópolis, conhecida por suas pratas, Campos Verdes, famosa por suas esmeraldas, e Cristalina, renomada por seus cristais.

A instituição esteve fortemente representada em diversos eventos de engajamento social voltados para a elaboração do Plano Estadual de Recursos Minerais (PERM), marcando presença em locais como Pirenópolis, Barro Alto, Cristalina e Porangatu. De acordo com João Luiz Prestes Rabelo, que é o Gestor Estadual de Indicações Geográficas, uma das iniciativas do Sebrae é oferecer suporte aos produtores de joias e artesanato. Em Goiás, a prata de Pirenópolis já possui registro de Indicação Geográfica desde 2019, enquanto Campos Verdes e Cristalina estão no processo de solicitação do registro no setor de mineração.

Valorização Artesanal

De acordo com Rabelo, a Indicação Geográfica é um selo que identifica a origem de produtos ou serviços. Dentro da Indicação Geográfica temos a Indicação de Procedência, que destaca regiões conhecidas por um produto ou serviço específico, e a Denominação de Origem, que reconhece produtos cujas características únicas são resultado do ambiente geográfico, incluindo fatores naturais e humanos. “A indicação geográfica é uma ferramenta de valorização e proteção coletiva”, destaca o gestor. 

Luiz Triers, presidente da Associação Cultural e Ecológica dos Artesãos em Prata de Pirenópolis (ACEAPP), ressaltou a importância da regulamentação para o crescimento do mercado de joias. “Um salto seria a questão da regulamentação na expansão das joelheiras no estado de Goiás”. Além disso, Triers enfatizou a importância do trabalho artesanal e o valor que ele traz para o mercado, destacando que o entendimento dos processos artesanais é um diferencial importante.

Daniela Soares, Consultora de Propriedade Intelectual do Sebrae e advogada, enfatizou a importância do reconhecimento de detalhes na elaboração de um documento.“Precisamos reconhecer vários aspectos e características para fazer o reconhecimento e colocar no papel. As falas me dão conteúdo para eu elaborar e apresentar o documento.” Além disso, Soares ressaltou a necessidade de focar em tecnologia e institucionalidade, educação e treinamento humano sem necessariamente depender de máquinas, bem como segurança jurídica.

Atuação estratégica

João Rabelo, do Sebrae, destacou a amplitude da atuação do Sebrae. “Temos atuação no estado todo com oito agências. Identificamos o que se precisa enfrentar no mercado da produção mineral. Trabalhamos tanto com as grandes, médias e pequenas empresas”, destacou Rabelo. 

Rabelo também enfatizou a necessidade de trabalhar questões de pesquisa. “Precisamos montar um caderno de questões técnicas, trabalhar a questão geográfica. Começamos em 2016 o trabalho e o registro em 2009. Pedimos o registro da indicação de procedência dos cristais em Cristalina”, esclareceu o gestor. 

Rabelo também ressaltou a importância do progresso no fornecimento de cursos técnicos, assim como a aprimoração de pesquisas aliando-se às universidades. “Precisamos avançar nos cursos técnicos profissionalizantes e aprimorar pesquisas com a UFG”, enfatizou.

Mostra de Joias

Durante o MINERA-GO, a Mostra do Cluster de Joias foi um destaque. Artesãos de Cristalina, Pirenópolis e Campos Verdes se reuniram para não apenas comercializar, mas também divulgar suas peças. O cluster de joias é um processo colaborativo que envolve várias empresas do setor, promovendo uma cultura de colaboração entre os participantes. Esse processo visa melhorar a qualidade das joias para atender ao mercado externo e expandir o alcance do mercado. 

Lívia Parreira, coordenadora do Plano Estadual de Recursos Minerais, destacou a importância da atitude de produzir e posteriormente oferecer o produto. “Buscamos trabalhar com o artesão que quer modernizar o produto e levá-lo para o mundo”, pontuou a coordenadora. Além da fala dos palestrantes, houve momentos de participação, intervenção e diálogo direto com a plateia.